23 abril, 2024

Confilto no Oriente Médio pode ter impacto negativo sobre combustíveis, investimentos e câmbio

 

Embora participação de Israel e Irã na balança comercial brasileira seja pequena, guerra pode trazer efeitos indesejados

Uma possível escalada do conflito entre Israel e Irã teria impacto quase insignificante na balança comercial brasileira. A guerra, porém, pode trazer outros efeitos indesejados, como o encarecimento dos combustíveis, a fuga de investimentos e a desvalorização do real frente ao dólar. É o que apontam especialistas ao Brasil 61. 

Krisley Mendes, pesquisadora de comércio exterior, afirma que os dois países têm participação muito baixa nas exportações e importações brasileiras. Enquanto Israel foi apenas o 54º principal destino das vendas ao exterior no ano passado, o Irã foi o 28º entre 2021 e 2023. Já quando o assunto é o que o Brasil compra das duas nações, Tel Aviv ocupou entre a 28ª e 35ª origem, enquanto Teerã teve presença ainda mais tímida: 86º. 

Segundo a especialista, haveria, no máximo, alguns prejuízos setoriais. "12% de todo milho produzido pelo Brasil vai para o Irã. Embora no global isso seja pouco, para a cadeia do milho tende a ter um impacto mais importante". 

Como o Brasil 61 já mostrou, no caso de Israel os impactos se dariam sobre alguns municípios, como é o caso de São Félix do Xingu (PA), cujas exportações para Israel representaram 88% de tudo o que a cidade vendeu ao exterior no ano passado. 

Petróleo mais caro

O economista Alessandro Azzoni lembra que o mercado de petróleo ainda não foi afetado pela mais recente crise no Oriente Médio. Mas ele alerta que, se o conflito se intensificar, esse cenário pode mudar rapidamente, uma vez que o Irã é um dos maiores produtores do mundo e, na região do Golfo Pérsico, situa-se o Estreito de Ormuz, por onde escoa mais de 30% do petróleo global. 

"Praticamente 30% do consumo do mundo sai por esse estreito, e essa área fica em área de guerra e, automaticamente, os navios petroleiros não poderiam fazer os seus carregamentos por causa de um risco de explosão, de incêndio ou até de segurança dos próprios tripulantes. Aí, sim, nós teremos um impacto significativo na economia", afirma. 

No entanto, desde o ataque iraniano a Tel Aviv no dia 13 de abril, o que se viu foi o preço do barril Brent para junho — referência da commodity —– cair de US$ 90,10 para US$ 86,97. 

Professor de Finanças e Controle Gerencial do Instituto Coppead da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo Leite destaca que em caso de alta na cotação do petróleo em nível internacional, o governo brasileiro pode ser pressionado a reajustar o preço dos combustíveis. 

"Grande parte do fato de que o Brasil ainda consegue manter a inflação sob controle é por causa da retenção do preço da gasolina. Imagina se o preço do petróleo subir. Isso vai ter uma pressão, e o governo vai ter que reajustar o preço do combustível. Isso impacta diretamente na inflação, porque o combustível afeta toda a cadeia produtiva, desde o insumo até a entrega ao consumidor". 

Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina praticado no Brasil está com defasagem média de 16% em relação ao internacional. 

Fuga de investimentos e dólar mais caro

Um outro efeito indesejado que a guerra pode trazer é a fuga de investidores dos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, para nações ricas. "Os países em desenvolvimento acabam sendo mais afetados financeiramente, porque o fluxo de capital internacional passa a buscar mercados mais confiáveis, ou menos instáveis, vamos dizer, a esse problema", pontua Krisley. 

Em um cenário em que a inflação americana continua resistente e o banco central daquele país mantém taxas de juros atrativas para investidores, a fuga de capital tende a ocorrer naturalmente, diz Azzoni.  

Uma das consequências da saída de investidores, afirma o professor Rodrigo Leite, é a desvalorização do real frente ao dólar, processo que se intensificou no último mês, em que a moeda estadunidense passou de R$ 4,97 para R$ 5,20. "A gente observou esse aumento. Se houver realmente uma guerra mais acentuada no Oriente Médio vai haver um aumento ainda maior no câmbio. Isso é positivo para as exportações — e negativo para as importações", explica. 

22 abril, 2024

Resíduos sólidos: termina em 30 de abril prazo de inscrição para coleta de dados do SINIR

 

A data para o envio das informações sobre resíduos sólidos é referente ao período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2023

Os gestores municipais devem ficar atentos ao prazo final para a inscrição do Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (SINIR). O último dia para o preenchimento do formulário é 30 de abril. Segundo o responsável pelo departamento técnico da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (ABREMA), Carlos Henrique Rossin, anualmente, estados, Distrito Federal e municípios precisam disponibilizar no SINIR todas as informações necessárias de atuação sobre resíduos sólidos.

“Ele é um sistema a nível federal que é justamente para você conseguir ter um local único para consolidar todas as informações de resíduos no país, seja ele a nível industrial, a nível comercial, a nível municipal. Então você tem lá tanto a movimentação, a armazenagem desse resíduo e ele é fornecido por todos que trabalham e atuam sob a responsabilidade da gestão de resíduos”, explica.

A especialista em meio ambiente e resíduos sólidos, Angélica Guimarães, diz que esse sistema é o principal canal para informar os trabalhos desempenhados. Com ele, é possível ter acesso aos recursos da União. Se não for preenchido, pode gerar consequências para as regiões que precisam desses repasses.

“Pode ser que os municípios, o estado e o Distrito Federal percam acesso a recursos da União ou que sejam por elas controlados, que sejam destinados a empreendimentos, equipamentos e serviços relacionados com o gerenciamento de resíduos”, alerta.

Como fazer o cadastro

Para fazer a declaração, basta acessar o link: https://sistemas.sinir.gov.br/. O cadastro será feito apenas uma vez, sendo permitido somente o cadastro de um único responsável para fazer o preenchimento e envio das informações.

Carlos Henrique, representante da ABREMA, lembra que para que o cadastro seja efetivado é imprescindível que o usuário faça o upload de um documento oficial que vai cadastrá-lo como representante daquele ente federativo para preenchimento das informações nos módulos do SINIR.


Especialista em resíduos sólidos, Angélica Guimarães esclarece que esse sistema precisa ser atualizado com o preenchimento de todas as informações para que os investimentos feitos possam trazer bons resultados.

“Os resíduos, eles estão incluídos entre os ODS, Objetos de Desenvolvimento Social. Na verdade, eles são instrumentos de geração de riqueza. Além disso, são também vetores de desenvolvimento socioambiental, desenvolvimento econômico e também podem ser se mal gerenciados vetores de expansão de endemias, pandemias ligadas a doenças infectocontagiosas”, destaca.

Angélica Guimarães ainda lembra que o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) é um documento autodeclaratório, válido no território nacional — gerado pelo SINIR que também precisa ser preenchido. “Transportadores, destinadores e armazenadores temporários devem cadastrar a movimentação dos resíduos sólidos no SINIR no módulo MTR conforme determinação legal, para que seja feito o rastreio desses resíduos para evitar que não tenha uma gestão inadequada", salienta.

A Confederação Nacional de Municípios (CNM) alerta sobre o prazo e recomenda aos gestores que não deixem a demanda para última hora.

18 abril, 2024

Em Bogotá, Janja se reúne com vice-presidente da Colômbia e conversa sobre política de cuidados

 

Primeira-dama viajou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para visita oficial ao país vizinho. Vice colombiana, Francia Marquez, apresentou a política nacional de cuidados, que mira, por exemplo, idosos.


Enquanto o presidente Lula se reunia com o presidente colombiano Gustavo Petro, parte da comitiva brasileira participou de outro encontro : entre a primeira dama Janja da Silva e a vice-presidente colombiana, Francia Márquez.


A reunião foi para conhecer o exemplo colombiano na política de cuidados: um conjunto de medidas voltadas para quem precisa de atenção especial e para quem cuida. Discussões recentes apontam a necessidade de se atentar e garantir direitos para pessoas que, por exemplo, se ocupam de cuidar de parentes idosos ou com alguma deficiência.


Pelo lado brasileiro, participam ainda a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias.


A Colômbia tem uma Política Nacional de Cuidados, e a vice presidente ocupa também o cargo de ministra da Igualdade e Equidade.


Há a previsão da assinaturas também de acordos de cooperação em áreas ligadas a direitos humanos, como questões de direitos das Pessoas LGBTQIA+, Migrantes, Idosos, Pessoas com Deficiência e Pessoas em Situação de Rua.



Fone: g1

FMI projeta PIB do Brasil superior a US$ 3 trilhões em 2029 e entrada do país em seleto grupo de economias


Em 2022, o PIB brasileiro ficou em US$ 2,17 trilhões, o que levou o país à 9ª posição no ranking de maiores economias do mundo.

Análise mais recente divulgada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (16) destaca o Brasil como um futuro membro do clube das economias com PIB superior a US$ 3 trilhões. Segundo as projeções do FMI, o Brasil ascenderá ao oitavo lugar entre as maiores economias do mundo ainda este ano, superando a Itália, e manterá essa posição até 2029, quando se espera que seu PIB atinja a marca de US$ 3,06 trilhões em valores correntes, destaca o jornal Valor Econômico. Em 2022, o país registrou um PIB de US$ 2,17 trilhões, ocupando o 9º lugar no ranking das maiores economias do mundo.

Ainda de acordo com a reportagem, a França, que se situaria em sétimo lugar em 2029, terá uma economia estimada em US$ 3,65 trilhões. Enquanto isso, os Estados Unidos permanecerão na liderança, com um PIB projetado em US$ 34,95 trilhões.

Essa previsão representa um avanço significativo para a economia brasileira em comparação com as estimativas anteriores do FMI, especialmente para o ano de 2028. Anteriormente, o Fundo previa que o Brasil atingiria um PIB de US$ 2,77 trilhões nesse ano, mas agora essa estimativa foi revisada para US$ 2,90 trilhões.

A trajetória do Brasil rumo ao clube das maiores economias do mundo reflete um processo que teve início em 1981, quando os Estados Unidos se tornaram o primeiro país a alcançar a marca de US$ 3 trilhões em seu PIB. Desde então, outras economias como China, Alemanha, Reino Unido, Japão e Índia também se juntaram a esse seleto grupo. Agora, o Brasil está prestes a fazer parte dessa lista.



  Embora participação de Israel e Irã na balança comercial brasileira seja pequena, guerra pode trazer efeitos indesejados Uma possível esca...